Gosto da canção Grândola Vila Morena. Faço esta afirmação não por ser "politicamente correcto" mas porque gosto, no geral, das canções de José Afonso.
A questão do "politicamente correcto" é manifestamente importante hoje em dia. Se Passos Coelho na Assembleia da República ou Miguel Relvas no Clube de Pensadores em Gaia manifestassem algum tipo de contrariedade perante a situação, seriam imediatamente "dizimados" e etiquetados como anti-democráticos.
Gosto especialmente na canção da parte em que se diz "o povo é quem mais ordena". José Afonso refere "o povo" e não o secretariado de um qualquer partido político. Por isso, provavelmente, José Afonso estaria a pensar num sistema político democrático pluripartidário em que a escolha dos deputados fosse efectuada, directamente, pelos cidadãos.
Não estaria seguramente a pensar num sistema político de um só partido, como o que existia antes do 25 de Abril e ainda existe em vários países do mundo.
Provavelmente, estaria a pensar num sistema político baseado em círculos uninominais em que cada cidadão pudesse escolher o seu representante na Assembleia da República e em que o "povo" soubesse quem o representava. Talvez, assim, estivessemos mais próximos de um sistema político democrático em que "o povo é quem mais ordena".
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