"No meio deste limbo governativo, alguns sectores do Estado das Corporações, que é nosso, vão, pela calada, obtendo novos privilégios: os trabalhadores das autarquias vêem o seu horário laboral descer para as 35 horas e os polícias conquistam o direito de se reformarem aos 55 anos, depois de 36 nessa missão de alto risco. O Estado é generoso: paga melhor, nunca despede, não exige nenhuma avaliação de desempenho, pagando o mesmo aos bons e aos maus, contenta-se com menos trabalho e reforma mais cedo. O facto de tudo isto não ser sustentável senão à custa de esmifrar os que não vivem sob a sua proteção é apenas um pormenor. O pormenor que nos arruína. E que, uma vez mais, seja qual for o governo, vai continuar por resolver."
Miguel Sousa Tavares in Expresso de 24 de outubro de 2015
"Depois de terem espremido tudo o que puderem de António Costa,
ou seja, do Estado, ou seja, do contribuinte, onde ficarão o Bloco e o PC?
Deixaram pelo caminho as causas e os símbolos que os distinguiam (a hostilidade
à NATO e à Europa) a troco de alguns ridículos remendos na interminável miséria
do país. Fizeram grandes discursos para desabafar. Insultaram o Presidente e a
direita. Espalharam um bom saco de calúnias. E o resultado? O resultado não foi
nenhuma espécie de libertação e eles, como os portugueses, continuarão presos
ao mecanismo que tanto odeiam. A “esquerda” acabará por pagar este recreio que
o dr. Costa inventou. Saíram das suas cavernas, respiraram fundo e conseguiram
mesmo uma vaga impressão de poder, que de certeza os regalou muito."
Vasco Pulido Valente in Público de 25 de outubro de 2015
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