"É claro que todos os
orçamentos são a expressão da política, e da ideologia, de quem governa, e por
isso ninguém pode estar verdadeiramente surpreendido com as opções que estão em
cima da mesa. Mas um orçamento deve ser mais do que receitas e despesas. O
problema é que, mesmo salvaguardando o facto de a proposta ainda não ser
conhecida em detalhe a esta hora, do que se sabe, já não há sequer
coerência nos objetivos de política económica.
A proposta de orçamento - a prestações nas pensões e na redução da sobretaxa de
IRS - dá de um lado e tira do outro, atira de forma avulsa a impostos onde
ainda haverá margem de crescimento da receita e pouco mais. É curto.
É melhor baixar as expetativas. Não será com este orçamento que vamos mudar de
vida, não será com este orçamento que Portugal vai atrair investimento, que a
economia vai crescer acima dos anémicos 1%. Se ao menos permitir que Portugal
saia do procedimento de défices excessivos e se continuar a garantir o acesso
da República aos mercados, dar-me-ei por satisfeito."
Retirado de: António Costa - ECO Login
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