De acordo com os "sound bites" dos últimos meses, de um lado estará o governo a seguir e defender uma política (má) de austeridade e do outro toda a oposição a dizer que a solução está numa política (boa) de crescimento económico.
De acordo com muitos comentadores, políticos e economistas para resolver a crise "basta" que a economia cresça (este crescimento não é, normalmente, quantificado) para que se possa abandonar a austeridade. Quer dizer, matematicamente é exato que um crescimento económico significativo (pelo menos, 3%) somado a uma taxa de inflação média de 2% nos permitiria gerar meios para suportar os encargos financeiros resultantes da dívida acumulada nos últimos 20 anos de governação.
Aparentemente, o "campeão" do referido crescimento económico é o PS que repete, quase até à exaustão, que se fosse governo seguiria uma política de "crescimento económico", sem mencionar de forma clara que medidas concretas implementaria e como as sustentaria financeiramente (enfim, isto do "como" na política é sempre pouco relevante).
Dado que não se vislumbra nem se consegue perceber que medidas um eventual futuro governo do PS implementará para obter o almejado e necessário crescimento económico, fui avaliar a capacidade dos últimos governos do PS nesta matéria. Pensei eu, provavelmente de forma ingénua que, se António José Seguro, Carlos Zorrinho, Galamba e, no geral, todos os elementos do PS socrático são "campeões" do crescimento económico concerteza implementaram estas boas práticas no governo anterior com resultados positivos, conferindo-lhes, assim, total credibilidade.
Eis os resultados:
% anual
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%
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2005
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2006
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2007
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2008
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2009
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2010
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Média
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União Europeia (27 paises)
|
2
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3,2
|
3
|
0,5
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-4,2
|
1,8
|
1,1
|
Zona euro (17 países)
|
1,7
|
3,1
|
2,9
|
0,4
|
-4,1
|
1,8
|
1,0
|
PORTUGAL
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0,8
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1,4
|
2,4
|
0
|
-2,5
|
1,3
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0,6
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Fonte: Eurostat (retirado de estudo de Eugénio Rosa)
Portugal nos cerca de 6 anos de governo do PS conseguiu um crescimento médio de 0,6 %, (taxa de crescimento do PIB real, ou seja, retirando o efeito da inflação) tendo aumentado a dívida do Estado neste período de 66,9% do PIB para mais de 90% do PIB.
Enfim, o discurso é fantástico...mas a prática não os recomenda...