domingo, 4 de novembro de 2012

Discursos vazios e manipuladores

Todos os dias vemos e ouvimos discursos mais ou menos inflamados sobre a situação política em Portugal e as diferentes medidas previstas no orçamento de Estado para 2013.
O discurso radicalizou-se em vários quadrantes, por exemplo, sindicatos da CGTP, ex - militares, ex-presidentes, ex-ministros e até magistrados e juízes para não falar dos partidos da oposição.
Existem três traços comuns nestes discursos que vemos, lemos e ouvimos repetidamente:

1. A aparente convicção de que falar repetidamente num problema faz com que ele se resolva, Por exemplo, referir até à exaustão (e em tom de voz alto) que a taxa de desemprego é alta não resolve, seguramente, este grave problema da sociedade portuguesa;

2. Uma análise simplista, aparentemente sustentada em princípios e valores sociais mas frequentemente sem uma única referência a factos objectivos. Por exemplo, contestar os "cortes" nas reformas e pensões sociais sem referir e ter como base os custos efetivos (números concretos) atuais e futuros do Estado com prestações sociais.;

3. Um diagnóstico imperfeito em que se apontam os problemas mas sem soluções alternativas, excepto, em alguns casos em que se utilizam frases feitas do tipo "renegociar a dívida" (não depende só de nós), "crescimento económico" (e como?), etc...

Como sempre, devemos ter os "filtros" sempre ativos porque estes discursos vazios e manipuladores são, cada vez, mais frequentes. Alguns exemplos:

A ordem dos médicos apoiou a greve dos médicos para proteger o SNS ou para conseguir melhores salários para esta corporação profissional?
Vasco Lourenço está preocupado com a democracia em Portugal ou está a fazer pressão indevida para que não exista corte nas pensões atribuídas aos ex militares?
O governo quer mesmo fazer cortes na despesa do Estado a partir de 2014 ou trata-se de um discurso político para ganhar tempo e "compreensão" dos portugueses perante o confisco do OE de 2013?
O PS está preocupado com a sustentabilidade do estado social ou acha que políticamente é mais vantajoso rejeitar negociar com o governo?

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