terça-feira, 27 de outubro de 2015

Montanha soviética...perdão, russa


(Jerónimo de Sousa) "Afirmou o objectivo de nos batermos por uma política que responda às aspirações dos trabalhadores e do povo, o que não é fácil, considerando que o programa do PS não responde à aspiração da ruptura com a política de direita. É essa insistência sobre um governo e uma política para quê e para quem, de modo a responder aos interesse dos trabalhadores e do povo, em conformidade com a questão repetidamente afirmada durante a campanha eleitoral, que está colocada.
Entretanto, não sendo possível a convergência para uma política que responda às aspirações dos trabalhadores e do povo, o que de facto não é fácil, o quadro constitucional e a correlação de forças na Assembleia da República em nada impedem o PS de formar governo. Mesmo nestas circunstâncias não se pode concluir que a solução seja um governo PSD/CDS.
O PS só não formará governo se não quiser...

Sejam, porém, quais forem as circunstâncias e a evolução da situação, os portugueses podem ter como garantido que os votos do PCP contribuirão sempre para todas as medidas que forem úteis para os trabalhadores, o povo e o País e opor-se-ão a tudo o que signifique mais exploração, empobrecimento, injustiças sociais e declínio nacional, como deixou claro o camarada Jerónimo de Sousa no Comício da passada sexta-feira em Lisboa em expressivo ambiente de luta, entusiasmo e confiança"

Editorial do jornal Avante de 15.10.2015

Nota: a transcrição de uma parte do editorial deste jornal mostra a pluralidade deste blogue que tanto transcreve jornais da extrema esquerda (Avante, Público) como qualquer outro jornal do espectro político nacional.

domingo, 25 de outubro de 2015

Recreio...parece que sim...mas, provavelmente, vai sair caro...


"No meio deste limbo governativo, alguns sectores do Estado das Corporações, que é nosso, vão, pela calada, obtendo novos privilégios: os trabalhadores das autarquias vêem o seu horário laboral descer para as 35 horas e os polícias conquistam o direito de se reformarem aos 55 anos, depois de 36 nessa missão de alto risco. O Estado é generoso: paga melhor, nunca despede, não exige nenhuma avaliação de desempenho, pagando o mesmo aos bons e aos maus, contenta-se com menos trabalho e reforma mais cedo. O facto de tudo isto não ser sustentável senão à custa de esmifrar os que não vivem sob a sua proteção é apenas um pormenor. O pormenor que nos arruína. E que, uma vez mais, seja qual for o governo, vai continuar por resolver."
Miguel Sousa Tavares in Expresso de 24 de outubro de 2015

"Depois de terem espremido tudo o que puderem de António Costa, ou seja, do Estado, ou seja, do contribuinte, onde ficarão o Bloco e o PC? Deixaram pelo caminho as causas e os símbolos que os distinguiam (a hostilidade à NATO e à Europa) a troco de alguns ridículos remendos na interminável miséria do país. Fizeram grandes discursos para desabafar. Insultaram o Presidente e a direita. Espalharam um bom saco de calúnias. E o resultado? O resultado não foi nenhuma espécie de libertação e eles, como os portugueses, continuarão presos ao mecanismo que tanto odeiam. A “esquerda” acabará por pagar este recreio que o dr. Costa inventou. Saíram das suas cavernas, respiraram fundo e conseguiram mesmo uma vaga impressão de poder, que de certeza os regalou muito."
Vasco Pulido Valente in Público de 25 de outubro de 2015

sábado, 24 de outubro de 2015

Algumas sugestões a ter em conta para um futuro governo...de direita, do centro ou da esquerda...


Entrevista a Guilherme de Oliveira Martins, atualmente Presidente do Tribunal de Contas, ex ministro das finanças em governo do PS (de António Guterres) ao jornal Expresso publicado em 24 de outubro de 2015:

Austeridade
O ajustamento não terminou. Não é uma responsabilidade só deste governo, mas também dos futuros governos.

Qualidade da despesa
Não devemos contrair empréstimos que não sejam para investimentos reprodutivos.

Segurança Social
É necessário estar muito atento aos modos de financiamento e à relação entre contribuintes e beneficiários.

Dívida
O controlo da procura interna é crucial para evitar um aumento do endividamento.


domingo, 11 de outubro de 2015

Filme para os próximos anos?


"Já no que respeita ao país o problema não está no euro nem na NATO nem no ressuscitar da Reforma Agrária reivindicados pelo PCP e pelo BE: todos esses slogans desempenham entre os radicais de esquerda o mesmo papel que os trajes das confrarias, sejam elas do vinho do Porto ou da alheira, no dia a dia dos respectivos confrades — ninguém pensa que aquela parafrenália doutros tempos tenha qualquer uso que não o das celebrações mas todos lhe reconhecem uma vertente identitária. A berraria contra o euro e os apelos à saída da NATO são as vestes rituais das grandes corporações políticas da democracia: o PCP, uma corporação que radica sobretudo nos privilégios dos sindicalistas, a que se juntou o BE que se sustenta no mundo universitário.
As corporações sabem bem que não podemos sair do euro e, para lá do folclore do costume, não vão opor-se à permanência na NATO. (As corporações dependem em absoluto da manutenção do status quo). O que lhes interessa é o Estado. Este vai necessariamente crescer para albergar as unidades de missão, as comissões, os institutos, os grupos de estudo, os observatórios, as empresas públicas, os centros… em que bloquistas e comunistas, reproduzindo a táctica usada pelo desaparecido MDP, potenciarão a influência dos respectivos partidos.
Pano de fundo indispensável a esta instalação no aparelho de Estado e ao seu crescente intervencionismo será a criação de um país dividido em progressistas e reaccionários. Causas fracturantes, multiplicação de incidentes (veja-se a despropositada reacção de Costa à leitura de um pivot errado por José Rodrigues dos Santos), fulanização de alvos e muita invenção de inimigos externos para explicar os fracassos internos irão marcar a actualidade. Acabaremos estafados, menos livres, ainda mais endividados e o PS, claro, com menos votos porque nos governos as alianças com os radicais só fazem ganhar votos aos radicais."
Helena Matos in http://observador.pt/opiniao/o-marciano/

Parece que se fala pouco do Prémio Nobel da Literatura 2015...


"A prémio Nobel da Literatura 2015, Svetlana Alexievitch, definiu neste sábado o regime da Bielorrússia como uma “ditadura suave” na véspera das eleições presidenciais no seu país, dirigido há 21 anos pelo Presidente Alexander Lukashenko.
A escritora bielorrussa exprimiu-se em Berlim na véspera e um escrutínio no qual a oposição foi afastada e que deverá reconduzir Lukashenko para um quinto mandato consecutivo, e alertou os europeus contra um levantamento das sanções dirigidas a Minsk.
Após o anúncio da atribuição do Nobel da Literatura, o Presidente bielorrusso felicitou a escritora, mesmo que alguns dos seus livros estejam proibidos no país e que as autoridades impeçam com frequência as aparições em público de Svetlana Alexievitch em Minsk, onde vive uma parte do ano."
in http://observador.pt/2015/10/10/nobel-da-literatura-previne-europeus-contra-ditadura-suave-na-bielorrussia/

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Certo...



Breve análise aos resultados eleitorais


70% dos portugueses votantes apoiam:

. Partidos de índole democrática que defendem sistemas políticos pluralistas
. Portugal como membro da NATO
. Manutenção de Portugal na União Europeia
. Manutenção do euro como moeda
. Cumprimento do Tratado Orçamental e, no geral, das regras de convivência na União Europeia
. Sistema económico baseado na economia privada

Por tudo isto, não consigo perceber como poderia ser possível a formação de um governo composto por partidos como o PS (que defende estes princípios basilares) e partidos como o BE e CDU que, no geral, são contra estes princípios.


sábado, 3 de outubro de 2015

Não se distribui dinheiro que não temos...


"O eleitoralismo, as promessas perigosas, o facilitismo e o clientelismo sempre pagaram. O maior monumento que erguemos a esse fenómeno aconteceu não há muitos anos. Foi nas eleições de 2009, um ano depois da crise financeira e já com todos os sinais de alarme a disparar. José Sócrates apresentou-se ao eleitorado depois de ter aumentado a função pública em 2,9%, com um défice assumido de 5,9% mas na realidade já a caminho do dobro desse valor e com promessas de atirar mais dinheiro — leia-se mais défice e mais dívida — para cima dos problemas, com um programa de obras faraónicas para concluir — TGV, novo aeroporto, nova travessia do Tejo, uma dezena de novas auto-estradas. Era o progresso em forma de betão. Bateu Manuela Ferreira Leite, que foi avisando que não havia dinheiro e que as propostas socialistas eram o caminho para o desastre. A então líder do PSD tinha razão, como qualquer cidadão informado e desprovido de clubite partidária já conseguia perceber e todos viemos tristemente a confirmar um ano depois
A “compra” de votos com dinheiro dos contribuintes das gerações presentes e futuras — aumentos salariais, subsídios a pessoas ou empresas, obras vistosas e outras desgraças com tiques de novo-riquismo — sempre funcionou como trunfo eleitoral. Tal como sempre foram eficazes as promessas de pão e circo, ainda que muitas se percam depois nos caminhos tortuosos da governação quando esta se confronta com a realidade."

Paulo Ferreira em http://observador.pt/opiniao/o-povo-e-sereno/