domingo, 17 de julho de 2016

Explicação Clara quanto ao facto da atual política não considerar os mais desprotegidos...


"Muita gente do sector privado, com o qual o PS parece pouco preocupado, não tem segurança no emprego nem hipóteses de emprego em caso de despedimento na meia idade. Somem-se as centenas de pequenas e médias empresas falidas e a escassa concessão de crédito por bancos falidos. Em Portugal quem vai à falência fica na falência, ninguém lhe dará uma segunda oportunidade. Esta gente teve e terá de contribuir, indirectamente, para o resgate de bandidos que durante anos especularam e abusaram do tal malparado para enriquecer as suas fortunas e colecções de arte.

Não vejo o governo socialista falar sobre os que não são funcionários públicos, os que não se podem reformar da banca antes do tempo legal, os que não acumulam reformas e salários, os que não têm protecção nem salário certo, os que não têm sindicatos comunistas a respaldá-los. Os que tomam antidepressivos. Os que andam a conduzir tuk tuks e carros Uber para sobreviver. Os diplomados que se tornaram agentes imobiliários ou agricultores. Os que foram brutalizados em Angola. Os que regressaram. Os que pagam salários sem terem lucro. Os que estão em call centers. Os que estão ao balcão a ganhar menos de um salário mínimo. Os que desistem. Os que não podem emigrar. Os que vendem as pratas, as roupas e as antiguidades nos passeios da cidade. Os que fazem bolos e compotas para fora. Os que têm dívidas ao Fisco e à Segurança Social que não podem pagar. Os que comem (às escondidas) do Banco Alimentar. Os que perderam o que tinham.

Nunca ouço os socialistas falar desta gente, a que não vai à Festa do "Avante" nem acha graça à reposição das 35 horas. Dessas promessas ao PCP e ao Bloco que o PS quis cumprir, sobrará para estes deserdados a nova austeridade. Ou mais impostos. Porque no Estado ninguém mexe."

in Expresso de 16 de julho de 2016 - Clara Ferreira Alves "O Sector Público"

sábado, 2 de julho de 2016

Venezuela e Podemos tal como San Marcos em 1971


A situação atual da Venezuela faz-me recordar o filme de 1971 de Woody Allen - Bananas (passado em S. Marcos, país virtual da América do Sul). O atual presidente Nicolás Maduro (seguindo as pisadas de Hugo Chávez) foi definindo e implementando políticas de lógica duvidosa a coberto de um preço de petróleo favorável. O respeito pelos valores democráticos é uma miragem:

"Tal como durante os dois primeiros anos no cargo, Maduro passa o tempo a instrumentalizar os meios de informação para garantir uma presença permanente junto dos venezuelanos, bombardeando-os com a sua mensagem. Fez mais de três centenas de intervenções televisivas, equivalentes a 350 horas de antena, clamando que a crise é o resultado da queda do preço de petróleo e da guerra económica movida ao país" in Courrier Internacional junho 2016.

A crise que se vive na Venezuela mostra a falência de um modelo político radical e populista (assente na "fé" cega em uma ideologia) e teve, seguramente, impacto na perda de mais de 1 milhão de votos do Podemos em Espanha.




Hangover (BaBaBa)