Autarcas, gastem
e gastem depressa
Sabe
quanto dinheiro têm as câmaras para investir em ano eleitoral? Leia-se,
verbas comunitárias para apoiar o investimento municipal. São 2,7 mil milhões de euros que já estão a concurso. De
um total de cerca de quatro mil milhões no Portugal 2020. Se a lógica é
apresentar taxas de execução de fundos comunitários, estes números são uma
excelente notícia. Mas já não tínhamos ultrapassado o princípio de que
'gastar é bom"?
Em cada ciclo eleitoral, o padrão confirma-se. Há eleições autárquicas, há
despesa pública, há investimento municipal. O que surpreende é que o padrão
se mantenha apesar do que sucedeu em 2011, do resgate e do plano de
ajustamento. Neste caso, aliás, é o próprio governo que está a incentivar os
autarcas a investirem tudo o que possam neste ano eleitoral. De que
forma? São vários os aceleradores do investimento autárquico,
como as majorações e as antecipações de verbas para projetos financiados por
fundos comunitários.
(....) O problema é que estes programas de aceleração do investimento - como outras
medidas legislativas de organização do território e competências ou até as
mudanças na gestão das empresas de transporte como a Carris e os STCP - criam
os incentivos errados. São feitos em cima de eleições autárquicas e por isso,
com todos os riscos associados. Quando deveriam ser preparados com o devido
tempo e fora das discussões partidárias que, como é óbvio, envenenam todas as
discussões... e opções.
in António Costa
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sábado, 25 de março de 2017
Déjà vu (2)
Etiquetas:
autarquias,
défice,
dívida externa,
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governo
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