domingo, 15 de julho de 2012

Greve dos médicos

No geral, há duas visões extremas sobre as greves: uma que considera injustificadas e negativas todas as greves e outra que as considera sempre justificáveis e defensáveis.
Não alinho por nenhuma das duas perspetivas. Ou seja, não considero que uma greve só porque é feita por trabalhadores "contra" o patronato (público ou privado) é boa ou má. Devemos analisar as situações caso a caso de modo a verificar se a greve em causa (que tem implicações, em muitos casos, graves para a comunidade) é justificável, na forma e no conteúdo.
O que constato é que, nos últimos anos, a generalidade das greves tem sido feita por classes profissionais que trabalham no Estado como funcionários públicos ou em empresas públicas detidas pelo Estado.
Aqueles que vemos a fazer greve e nas manifestações convocadas, quase sempre, pela CGTP são trabalhadores de classes profissionais ligadas ao Estado que estão, em média, entre as mais protegidas e bem pagas. 
É quase cómico ver o apoio dado pelas forças políticas mais à esquerda (PCP e BE) a greves dos pilotos ou dos médicos.
Aqueles que vemos a fazer greve ou a manifestar-se não são os mais desprotegidos da sociedade. São, muitas vezes, as classes profissionais mais privilegiadas que adquiriram benefícios ao longo dos últimos 20 anos à custa da fraqueza do Estado.
A manifestação dos médicos em Lisboa mostrou o que esta classe pretende. Manter o "status quo" e atual nível de privilégios, independentemente dos recursos disponíveis. 
Esperemos que, desta vez o Estado seja forte com os fortes...para defender os fracos. Mas, sinceramente, tenho muitas dúvidas!

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