Mesmo recentemente: quando a troika entrou, foi descrente nas reformas estruturais mas defendeu medidas bem impopulares, como a descida dos salários para combater o desemprego ou o corte das pensões mais elevadas. Não era duro, era seco: com os números. Não tinha um pingo de respeito pelo desmando, era contra as PPP, criticou bastas vezes muitos políticos, de José Sócrates a Alberto João Jardim. Acusou a própria troika de andar a aldrabar. O governo de Passos Coelho de fechar os olhos. E detestava esta coisa nacional dos grandes interesses instalados à pequena corrupção: "Leia o Aquilino Ribeiro", disse ele nesta entrevista a Anabela Mota Ribeiro e a Helena Garrido , "os camponeses que levam umas trutas ao chefe de posto da administração local...". Se fosse Deus, disse ele na mesma entrevista, a primeira coisa que fazia era acabar com os paraísos fiscais. "Estamos a ver revoltas, mas não dos que mais sofrem. É dos que podem".
"A verdade é que vejo o futuro com muito pessimismo", dizia ele em 2004 ao Expresso . Não se enganou. Silva Lopes deixa uma descendência de economistas e uma fila de admiradores. Sim, é preciso dar por isso. Dá-se pelo que nos faz falta, não é?
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