A situação na Madeira veio evidenciar, basicamente, que o actual sistema político deve ser alterado.
Se um político eleito, que gere dinheiros públicos, fizer uma gestão responsável, ou seja, executar obra de acordo com critérios de prioridade adequados, tendo em atenção os recursos disponíveis e a sustentabilidade da entidade que dirige, provavelmente não será reeleito.
Se um político fizer uma gestão irresponsável e/ou incompetente mas que permita inaugurar o que quer que seja alguns meses antes das eleições, independentemente, de ter hipotecado a sustentabilidade da gestão nos anos seguintes, provavelmente será reeleito.
Alberto João Jardim (AJJ), por exemplo, tem sido sucessivamente reeleito nesta base. Inauguração de manhã e à tarde nos últimos meses antes das eleições traz sempre aplausos dos beneficiados (mesmo que sejam poucos) e é notícia na rádio ou jornal local independentemente da relação custo / benefício / disponibilidade de recursos.
O que é um facto é que, quando exercemos o direito de voto analisamos o comportamento "visível " dos candidatos, a maior parte das vezes no domínio que nos afecta mais directamente e nunca o relatório e contas da entidade.
Assim, afirmar que serão os eleitores a penalizar a gestão irresponsável de AJJ parece-me uma quase completa utopia.
O Tribunal de Contas, aparentemente, efectuou vários relatórios alertando para a situação. É verdade, existe o Tribunal de Contas, mas já percebemos que ao longo dos anos a sua intervenção é valorizada quando dá jeito e desvalorizada a maior parte das vezes por quem está nos orgãos de decisão (governo, regiões, autarquias). A sua eficácia tende, como tal, para zero!
Quando algo não corre bem é necessário corrigir. Mas ensina-nos a gestão e o bom senso que corrigir não chega. É necessário encontrar as causas que levaram ao problema e definir e implementar as acções correctivas correspondentes. Se não for assim pagaremos agora (correcção) e o problema ficará - voltaremos a pagar mais tarde!
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