A política de Educação implementada pelo atual Ministério da Educação entra em rotura com a política de Educação implementada desde 2001, nomeadamente, no que se refere à realização de exames no final do ciclo e à publicação de resultados pelas escolas.
Este procedimento atravessou vários ministérios e ministros de governos PS e PSD, desde Júlio Pedrosa passando por David Justino até Nuno Crato. Com a eliminação de exames de fim de ciclo (nos 4º, 6º e 9º anos) o atual ministério toma uma decisão que, para além de contrariar disposições anteriores de vários Ministérios da Educação, terá impacto na avaliação atual e futura das escolas. E sem dados objetivos de avaliação e de perfil evolutivo de desempenho das escolas como é possível tomar decisões? Como é possível perceber que escolas com resultados diferentes, com processos evolutivo diferentes podem necessitar de ações e/ou investimentos diferentes?
"As provas de aferição não são novidade no sistema. Já existiram e não provaram. O ministro fez mal ao recuperá-las. E fez pior ao colocá-las em anos que não são de final de ciclo, decisão difícil de compreender. Com a sua atitude insensata, interrompeu uma série estatística que vinha de 2001 e que permitia, apesar da indesejável precocidade dos exame do 4º ano, comparar resultados e tirar algumas ilações úteis para decisões pedagógicas informadas. Disse o ministro que, assim, os professores poderiam identificar os problemas dos alunos e intervir a tempo. Como se não fosse isso que a avaliação interna permitisse, assim as escolas tivessem recursos e autonomia para actuar. Mas sem coisa alguma em final de ciclo, como vai o ministro verificar, com a lógica que defende, se as intervenções a que se refere resultaram?"
Santana Castilho in Publico https://www.publico.pt/sociedade/noticia/um-ministro-errante-1736612