O actual sistema democrático está em falência técnica. Verdadeiramente, não elegemos um deputado que nos representa. Cada partido elege um conjunto de deputados que se submete (normalmente) às decisões do "núcleo duro" do partido.
Como referiu António Barreto recentemente, até a contagem das votações é feita "à manada". A colocação dos militantes nas listas de deputados parece, frequentemente, ser baseada em critérios distantes do mérito.
Os deputados não dependem dos eleitores mas sim dos aparelhos partidários.
A partidocracia é um dos principais problemas do nosso regime. O tráfico de influências, o financiamento partidário, a promiscuidade entre partidos, Estado e entidades privadas e públicas conduziu-nos a a uma situação, praticamente, insanável.
Urge mudar o sistema eleitoral. É necessário que os cidadãos sintam que a sua participação nas eleições representa mais (mas muito mais) do que acontece actualmente. Se tal não acontecer, a pressão da opinião pública vai aumentar significativamente (não só em Portugal, vejamos o que está a acontecer em Espanha) com convulsões sociais sérias. No fundo, por exemplo em Espanha, as pessoas querem intervir, tomar parte nas decisões mas a partidocracia instalada colocou barreiras intransponíveis!
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