Um dos temas da campanha é a insistência dos chamados partidos de esquerda na necessidade de reestruturar a dívida soberana portuguesa.
É um discurso apelativo porque traz consigo uma mensagem subliminar: não há necessidade de qualquer mudança no nosso modo de vida porque a dívida não é para ser paga na totalidade e o que for para pagar poderá ser a "perder de vista". Ou seja, podemos continuar a usufruir de 25 dias de férias (é o mínimo na função pública), reforma por inteiro aos 65 anos, saúde totalmente gratuita, e outros "direitos adquiridos" que não há problema...nada tem de mudar!
Será este o discurso certo neste momento? Assinamos um acordo há 1 mês com FMI, UE e BCE e já estamos a dizer que não o pretendemos cumprir?
Pedro Passos Coelho admitiu recentemente a possibilidade de renegociar a dívida a médio / longo prazo. Mas para isso, Portugal terá de ter uma posição negocial bem mais forte do que a actual. Quer dizer, sem os cerca de 6 mil milhões de euros que recebemos esta semana o Estado teria de decretar a bancarrota! Ou seja...estamos falidos!
Neste momento, Portugal deve-se focalizar no cumprimento do acordo. Não tem outra saída...
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