terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Os Verdes e o Carnaval

Como estamos em maré de Carnaval, o partido "Os Verdes" (partido que, aparentemente, existe para que o PCP possa concorrer às eleições como CDU) entregou um projecto de lei propondo a consagração do dia de Carnaval como feriado nacional.
É uma ideia interessante e divertida que, provavelmente, irá animar (mais uma vez) a sessão parlamentar em que o tema se discutir.

Na mesma onda, o sindicato dos maquinistas mantém a greve às horas extraordinárias decretada até ao final do mês de Fevereiro e que afecta a circulação de comboios durante o dia de Carnaval. Esta greve foi decretada pelo sindicato para contestar o facto da empresa ter instaurado processos disciplinares a maquinistas que não cumpriram a lei dos serviços mínimos. Enfim, a lei é justa para fazer greve mas já não o é para assegurar os serviços mínimos que permitem a outros cidadãos (com salários e regalias bem menores que os maquinistas da CP) usufruírem do seu direito de se deslocarem para o seu local de trabalho.
A administração da CP parece imbuída do mesmo espírito carnavalesco porque, até agora, nada se sabe quanto ao desfecho destes processos disciplinares.

O que não é nada divertido e é até muito triste é o facto das empresas públicas (incluindo a CP) terem registado um aumento dos prejuízos em 2011.
Os resultados destas empresas em 2011 revelam uma derrapagem nos prejuízos (38,5%), atingindo os 1,5 mil milhões de euros, aos quais se somam outros 357,5 milhões de perdas de hospitais públicos. E do lado dos custos, apesar de ter sido imposto um corte de 15% (pelo anterior ministro das Finanças, Teixeira dos Santos), as despesas operacionais aumentaram para mais de 3,7 mil milhões.

A incapacidade do governo e da gestão de topo em implementar reduções de custos com as quais se comprometeram é absolutamente devastadora para a economia. As empresas públicas continuam, assim, a consumir o financiamento bancário disponível reduzindo drasticamente o financiamento das PMEs do que resulta impossibilidade de manter as empresas em actividade e, claro, mais desemprego.

Mas, claro, nada que preocupe "Os Verdes".



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