Um dos problemas que tem contribuído para a presente situação económico - financeira tem a ver com o desenvolvimento de vários monopólios e oligopólios corporativos e empresariais.
As ordens profissionais são, na sua generalidade, autênticos monopólios e exercem um poder quase absoluto (mas suportado na lei) sobre os seus membros.
Vejamos o exemplo da ordem dos Enfermeiros (OE).
Tal como noutras actividades profissionais, um(a) enfermeiro(a) para exercer a profissão tem, obrigatoriamente, de estar inscrito na OE (paga inscrição) e pagar uma quota mensal.
Em 2010 um(a) enfermeiro(a) pagava anualmente 90 € de quotas. Em 2012, irá pagar 96 € e em 2014 pagará 120 € de quotas. Estamos a falar de um aumento de 33% em 4 anos o que é muito significativo.
Actualmente, existem cerca de 62.000 enfermeiros inscritos na OE o que levará os proveitos desta ordem para cerca de 8 milhões de euros.
Mas será que a OE está em dificuldades económico financeiras que implicam um esforço adicional por parte dos profissionais da enfermagem?
De acordo com o Relatório de actividades de 2010, a OE apresentou um resultado líquido, nesse ano, de 161.117,86 € e "engordou" o seu fundo de reserva em 32.223,57 €. O fundo de reserva da OE passou, assim, para um valor superior a 1 milhão de euros!
Evidentemente, e de acordo com o seu Plano de actividades para 2011 (o Relatório de Actividades ainda não está disponível), os custos com pessoal aumentaram quase 20 %.
O "filme" da OE é igual ao de outros oligopólios / monopólios. Quando o dinheiro é dos outros e estes não têm alternativa é sempre fácil aumentar os proveitos e "esquecer" as ineficiências internas.
Sempre com cobertura legal, os cidadãos e as PMEs sustentam as ineficiências do Estado, das autarquias, das empresas públicas, dos monopólios / oligopólios privados e...ainda têm que sustentar os fundos de reserva das ordens profissionais!
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