quinta-feira, 28 de julho de 2011

Novo modelo de gestão na CGD

O modelo de gestão da Caixa Geral de Depósitos (CGD) foi alterado tendo sido aumentado para 11 o nº de elementos do seu Conselho de Administração de modo a que fosse possível adoptar o designado modelo de gestão anglo-saxónico (explicação do ministro das Finanças). Foram nomeados vários militantes do PSD e/ou pessoas, assumidamente, próximas do partido do governo. Nova explicação do ministro para dizer que são pessoas competentes e que "preenchem os melhores critérios de excelência profissional".
Dois comentários:

1. Muito bem, foi adoptado um novo modelo de gestão. Mas porquê mais elementos na Administração? É verdade que foi extinto o Conselho Fiscal mas, mesmo assim, há um acréscimo de 1 elemento. Seguramente seria possível adoptar este modelo sem aumentar o nº de elementos do CA. Que vantagens concretas existem para os stakeholders (partes interessadas)? Qual o acréscimo de custos suportado pelo banco e, portanto, indirectamente pelos seus clientes e accionistas? Até agora não há respostas técnicas nem do ministro nem da CGD.

2. O argumento utilizado pelo ministro, e que tem sido profusamente utilizado por ministros e autarcas ao longo dos últimos anos para nomeações de cargos políticos, é do tipo "então pelo facto de ser amigo político não tem o direito de ser nomeado se é competente" é um pouco falacioso e faz-me lembrar uma história que se passou com D. Pedro V. Retiro da excelente biografia de D. Pedro V escrita por Maria Filomena Mónica:
A 29 de Setembro de 1859, (D. Pedro V) queixava-se ao duque da Terceira do facto de o Ministro da Marinha, Adriano Ferreri, estar a tentar usar a sua influência para promover um irmão a tenente-coronel: "Sei que nisto pensamos muito diferentemente eu e o Ministro da Marinha. Eu penso que a parentes só o que for de justiça; ele pensa que a parente também o que não for injustiça"

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