"Quando o Euro começou, um euro valia 1,16 dólares; depois baixou e chegou a valer apenas 0,82 dólares e agora um euro é um 1,42 ou 1,43 dólares e portanto é a moeda mais forte de todo o mundo".
Cavaco Silva explicou que isto é uma "relação entre a procura e a oferta" porque "para uma moeda se valorizar, é porque há uma procura mais forte do que a sua oferta"
"Eu até gostaria que o dólar se valorizasse um pouco mais em relação ao euro para que a nossa indústria e o nosso comércio fossem mais competitivos"
Quer dizer, Cavaco Silva, expressou uma espécie de "wishful thinking" dado que, como ele próprio reconhece, a relação entre as duas moedas está dependente das leis do mercado de oferta e procura.
Não vou discutir as vantagens e desvantagens da desvalorização do euro (claramente, não existiriam só vantagens) mas sim o efeito da declaração. Este tipo de declarações, tal como as declarações dos últimos dias, de vários quadrantes políticos, em relação à agência de rating Moody´s, desviam-nos daquilo que deveria ser o foco de actuação de Portugal (Estado) e das empresas:
1. O Estado tem que reduzir os seus custos de modo a equilibrar o seu défice e diminuir a carga de impostos sobre a economia.
2. As empresas de capital público devem racionalizar a sua estrutura de custos de modo a prestar, pelo menos, os mesmos serviços a preços mais baixos para cidadãos e empresas.
3. As empresas privadas prestadoras de serviços à economia interna (transportes, energia e comunicações) devem ser colocadas em regimes concorrenciais reais de modo a que o preço do seu serviço possa baixar.
4. As empresas (nomeadamente as exportadoras) devem ser incentivadas a apostar em estratégias de diferenciação, inovação e valor acrescentado e não em estratégias de custo.
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